quarta-feira, 11 de novembro de 2009



DEPRESSÃO PÓS-PARTO
A depressão pós-parto é uma patologia derivada de uma combinação de fatores biopsicossociais,dificilmente controláveis que atuam de forma implacávelno seu surgimento.Lai e Huang(2004)apontaram diversos pontos desta multifatorialidade,incluindo:
-Gravidez não desejada;
-Baixo peso do bebê;
-Alimentação do bebê direto da mamadeira;
-Pouca idade da mãe;
-O fato da mae não está casada;
-Parceiro desempregado;
-Grande número de filhos;
-desemprego após a licença maternidade;
-Morte de pessoas próximas;
-Separação do casal durante a gravidez;
-Antecedentes psiquiátricos anteriores ou durante a gravidez;
-Problemas da tireóide (simulando uma série de doenças psiquiátricas);
A secção do cordão umbilical separa para sempre o corpo da criança do corpo materno,deixando uma cicatriz,o umbigo,que marca o significado profundo desta separação.Assim,no inconciente,o parto é vivido como uma grande perda para a mãe,muito mais do que o nascimento de um filho.Ao longo dos meses de gestação,ele foi sentido como apenas seu,como parte integrante de si mesma e,bruscamente,torna-se um ser diferenciado dela,com vida própria e que deve ser compartilhado com os demais,apesar de todo ciúme que desperta(Laplanche & Pontalis,1986;Lai & Huang,2004).Sendo assim,a mulher emerge da situação de parto num estado de total confusão,como de lhe tivessem arrancado algo muito valioso ou como se ela tivesse perdido partes importantes de si mesma.Tanto quanto na morte,no nascimento também ocorre uma separação corporal definitiva.Este é o significado mais angustiante do parto,que se não for bem elaborado,pode trazer uma depressão muito intensa à puérpera;o parto é vida e também é morte.
Sinais e sintomas
Além das vivencias inconcientes em que predominam as fantasias de esvasiamento ou de castração,castração,as mais intensas são as ansiedades de carência-quando as puérpera apresenta forte dependência infantil em relação à propria mãe ou ao marido-e as de autodepreciação, quando se sente incapaz de assumir as responsabilidades maternas, e atá mesmo inútil,quando não consegue captar a compreensão do significado do choro do bebê para poder satisfazê-lo.Para poder suportar tais ansiedades,inconscientemente,alguns mecanismos de defesa são colocados em movimentos,segundo as características pessoais da puerpera.Dessa maneira,ela pode apresentar-se cheia de anergia despropesitada, eufórica, falante, preocupada com seu aspecto físico e com a ordem e arrumação do ambiente em que se encontra.É importante permitir que a gestante possa expressar livrimente seus temores e ansiedades,e um Emfermeiro bem treinado pode dar assistência e orientação,auxiliando a gestante a enfrentar as diversas situações de maneira mais adaptativa,realista e confiante.trata-se de um trabalho preventivo,se tiver início junto com o acompanhamento no pré-natal e/ou de suporte ante a crise, no caso a depressão pós-parto já instalada.Os benefícios dessa atuação precosse e preventiva não se restrige ao bem estar exclusivo das mães.São atitudes que representam também um grande benefício às crianças pois, de acordo com as observações de literatura,existem boas evidências de correlação entre as desordens depressivas das mães e os distúrbios emocionais de seus filhos (Chaudron &Pies,2003).Embora as razões para a correspodência entre o estado afetivo das mães e os futuros destúrbios emocionais de seua filhos não estejam ainda bem estabelecidas,alguns autores apresentam possibilidades para tal ,incluindo o modo como a mãe deprimida interage com seu filho(Chenioux-Júnior,1990).São vários os estudos sobre os efeitos deltérios do abandono para a criança e a importância do vínculo mãe-filho na formação do apego.Steinet al.(1991)e Lai & Huang,(2004) descreveram um período sensívelmaterno,imediatamente após o parto que torna mais intenso o desnvolvimento do vínculo da mãe, com o recém-nascido.Pode se acreditar que os transtornos psíquicos da mãe nesta fase precoce da maternidade, sejam considerados fatores de grande risco para a negligencia física ou emocional em relação à criança e que o grau dessa negligência seria diretamente proporcional à gravidade das condições psíquicas da mãe (chaudron & Pies,2003).
"Fonte: REVISTA MAL-ESTAR E SUBJETIVIDADE/FORTALEZA/V.III/N.2"


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